Algumas coisas, por mais impossíveis que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo.” CFA

sábado, 18 de setembro de 2010

Sinceramente eu ainda tenho a esperança de não me comportar mais como se eu vivesse no século passado. Na maioria das vezes acabo pensando que o problema é comigo, quando na verdade é com os outros. Que injustiça! Acabo comigo quando devia fazer o contrário.
Tenho estado extremamente ranzinza. Onde foi parar o respeito, a consideração pelas pessoas, os bons modos, a educação, o amor? Sinto que bateram isso tudo num liquidificador. Colocaram a massa para assar e deixaram queimar. Queimou tanto que o estado agora é irreversível.
Pai e mãe viraram figurantes em casa, família é um mero enfeite, religião é coisa de velho, compromissos são esquecidos, namoro virou amizade com benefícios (e diga-se de passagem, SEM compromissos por favor!), amizade.... Ah! Dessa eu já nem me arrisco dizer nada.
Quanta futilidade! Quanta banalização de fatores cruciais na vida de alguém.
Como eu gostaria de, por um mísero minuto, ser uma dessas pessoas fúteis e sem cérebro que me espantam todos os dias... Talvez eu pudesse ao menos entender um pouco e justificar as atrocidades destes outros que me aborrecem, me magoam e me adoecem.
Estou cansada de tentar justificar as loucuras de muitos que me rodeiam e fechar os olhos para não me decepcionar. Por isso me machuco tanto. Me iludo até a última instância, tentando correr da realidade que bate no rosto a cada pensamento. Mas, como sempre é em vão. Quando me dou conta, lá bem ao longe vejo a verdade e a decepção vindo em minha direção, de mãos dadas, fogo nos olhos, leve e seguras de si. Penetram a minha mente e num piscar de olhos, a verdade varre e queima as ilusões que eu mesma construí. Neste momento, a verdade passa e a decepção fica! E por saber que é uma intrusa nada querida, ela se vinga de mim impiedosamente martelando o vazio que resta depois que minhas ilusões foram embora.


sábado, 11 de setembro de 2010

Brigadeiro hoje não, por favor!





Correr, evitar, fugir. Atitudes de quem não gosta ou postura de quem gosta mais do que é lhe é permitido. Fugir daquilo que não nos agrada é ótimo, tranqüilo, sem culpa ou arrependimento. Entretanto evitar aquilo que amamos, dói, incomoda, enlouquece e tortura.
Hoje imaginei como deve ser a vida de um diabético apaixonado por brigadeiro... Tudo bem! Nos dias atuais existem várias opções de doce para diabéticos e talvez vários equivalentes do brigadeiro. Não sei bem como é a vida de um diabético... 
Não conheço nenhum deles e nunca me inteirei do assunto, mas continuo achando que igual ao brigadeiro comum (leite condensado, margarina, achocolatado *-*) não existe!
Por mais que outros sejam parecidos a essência jamais será a mesma! Então, a quem foi vetado o direito e o prazer de saboreá-lo a única opção é fugir. Evitar festas de crianças e passar longe de padarias. Afinal de contas, aquilo que os olhos não vêem o coração não sente. Se eu não vejo, eu nem lembro que existe! (!!??) Ok, ok. Menti feio agora. Mas de qualquer forma, se eu não vejo e nem sinto o cheiro a vontade não se tornará latente.
Fugir não por ser covarde mas sim, por precaução, cuidado e juízo! Se um diabético apaixonado por brigadeiro puder escolher entre ficar sozinho em um cômodo com uma mesa cheia deles ou passear no parque, sou capaz de apostar que os que gostam mais de si mesmos irão ao parque passear.
Por que estar com algo que pertence à outra pessoa e que depois me fará mal? Me fará mal pois meu organismo me proíbe ingerir certas coisas. Me fará mal pois gosto TANTO que não vou querer só um. Me fará mal pois não me pertence. Me fará mal porque é demais para mim. Me fará mal! Simples... Ponto... Não quero fugir, nem posso ficar.
Prefiro então fugir e procurar os equivalentes por mais que a essência não seja a mesma. Então...


Brigadeiro hoje não, por favor!



terça-feira, 7 de setembro de 2010

[Exausted]

Hoje eu decidi esquecer tudo que foi dito.
Tudo que foi sonhado, imaginado e no fim dolorido.
Hoje eu só quero o meu quarto, as minhas músicas, o meu travesseiro, o meu caderno e um lápis.
Olhar para o meu próprio umbigo como se fosse a única coisa que existisse no meu mundo. Parece absurdo, mas se eu levar em consideração que ultimamente tenho pensado mais em todo mundo do que em mim, me parece bem justo contemplar o meu próprio centro.
Não sei mais distinguir o preto, o branco, o colorido! Não sei onde vou parar desse jeito. Tantas luzes, com certeza,  me fizeram enxergar menos e fizerem com que eu perdesse o rumo... E olha que eu estava quase lá! Quase alcancei o que eu tanto desejei nos últimos dias e de repente tudo vira pó.
De repente eu também já nem queria mais. Traço histérico. De repente eu desacreditei em mim.
Injeções de estímulo e palavras bonitas não me iludem mais. Cansei de esperar o final feliz e cansei de acreditar nas idealizações construídas para e por mim. 
Acreditar e apostar no irreal é inútil. 
Tentar justificar aquilo que não saiu conforme o esperado é enganar a si mesmo.


# Prontofalei.







sexta-feira, 3 de setembro de 2010







Daí penso coisas bobas quando,
 sentado na janela do ônibus, 
depois de trabalhar o dia 
inteiro, encosto a cabeça na vidraça, 
deixo a paisagem correr, 
e penso demais em você.

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eu preciso dizer que te amo
Composição: Bebel Gilberto/ Cazuza/ Dé 

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando
escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo  

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto

E até o tempo passa arrastado                               
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu NÃO quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo tanto

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Num mundo em que eu pudesse controlar o que eu sinto e falo, talvez eu fosse mais feliz. Gostaria de quem eu quisesse e não falaria demais! Não deixaria escapar entre as minhas palavras absolutamente nada que evidenciasse o que tenho sentido. Porém, eu seria um ser qualquer. Tentando controlar meus sentimentos eu jamais seria a mesma pessoa. Perderia o brilho da vida.
Só sei que gosto muito todos os dias e sofro. Não reclamo disso hora nenhuma porque é bom gostar muito, e sofrer, só faz com que eu aprenda e tente evitar o próximo sofrimento.
Sentimentos bons são mágicos (como a sua presença) e curam muitas cicatrizes (como o seu sorriso). 
É uma pena que eu não possa dividir o que eu sinto com quem realmente importa. Dizem que o amor platônico é o mais bonito, mas acho que o mais bonito deles é aquele correspondido, que deixa um pouquinho de sua alegria por onde passa e mesmo assim se multiplica com o passar das horas.
Enquanto isso vou procurando, de alguma forma, controlar os meus sentimentos mesmo que isso reduza a plenitude da minha existência e o sabor do que eu sinto. 
Vou tentando também esquecer um abraço que eu nunca ganhei, um beijo que eu nunca provei, um cheiro que eu nunca senti e uma felicidade que eu não tive.
Se por algum segundo você puder entender o que eu digo ou se por algum momento minhas palavras me denunciarem, por favor, me ignore! Isso mesmo. IGNORE. 
Só não me deixe perder nada pensando que irá me poupar. Sua ausência só tornaria as coisas mais difíceis.
Não estou lhe pedindo uma resposta muito menos sua compaixão. Devaneios e loucuras à parte, por mais improvável que pareça, isso me faz existir, me faz feliz e preenche a lacuna que sempre esteve aberta. Sofrendo ou não, eu DEVO agradecer pela reviravolta que você proporcionou ao meu mundo. Um terremoto que construiu, edificou, preencheu e que tornou minhas bases mais fortes.

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"Porque eu sei que é amor, eu não peço nada em troca
Porque
eu sei que é amor, eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui o amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir o amor não há de ir
Embora"
  (Porque eu sei que é amor - Sérgio Britto e Paulo Miklos)