É meu, é meu, é meu - cantinho ;*

Era um sentimento de raízes tão profundas que se tornara uma espécie de devoção. Arrebatador, incontrolável, assustador mas... Não para eles! Como questionar o que de tão real se tornava palpável? Ou melhor, como questionar o real que o coração deseja?

Os telespectadores da história se preocuparam com tamanha velocidade e certeza. Os protagonistas se enchiam de vida e esmiuçavam cada fração de segundo daquilo que viviam.

Desconsideraram o tempo uma vez que desfrutavam a eternidade.

Tal sentimento, que sempre foi raro, era agora devidamente compartilhado pelos dois. Compartilhado sem medo e sem censura Não havia razões para temer o que era certo e ignoraram o burburinho dos telespectadores. Afinal de contas o teatro, o palco e o roteiro pertenciam a eles e para presenciar essa história não havia venda de ingressos. Só aparecia para ver quem realmente se importava, quem era curioso ou até quem queria que essa história acabasse logo. Entretanto, decidiram manter as cortinas abertas pois acreditavam que a imensidão desse sentimento pudesse ser difundida ao longo do tempo e assim provariam que o que sentiam não era assustador, não era rápido... Era simplesmente pleno, puro, imenso.